Clemente Freitas, o pioneiro da Arte Cinematográfica em Sergipe

por Djaldino Mota Moreno

Introdução

A falta de uma política cultural pelos órgãos no Estado de Sergipe prejudica em demasiado a práxis em prol da cultura e da arte, principalmente com referência à memória cultural, relegada ao ostracismo. Os dirigentes culturais ainda não tomaram consciência da necessidade de um programa mais efetivo e sistemático, com respeito à preservação da memória cultural, referente aos fatos ocorridos em nosso estado.

Poucos e raros pesquisadores realizam trabalhos na área de cinema em Sergipe. Normalmente os trabalhos são feitos sem o mínimo apoio para a execução de levantamento de dados visando à concretização de suas pesquisas. Os pesquisadores sergipanos são verdadeiros batalhadores, quando resolvem partir para a elaboração e realização de pesquisas, que visam registrar o nosso passado nas áreas da cultura e da arte.

Diante dessas observações não muitos animadoras, mas com espírito de luta e vontade de realizar e concretizar, é que resolvi pesquisar a vida do cinegrafista e fotógrafo amador Clemente Freitas, que apesar de ter nascido em Maruim/SE, praticamente viveu a maior parte de sua existência na cidade de Estância/SE, onde documentou com maestria os acontecimentos ocorridos.

A fim de obter as mais importantes informações para esta pesquisa, foram delimitados vários aspectos a serem levantados sobre o apaixonado pelas artes visuais Clemente Freitas:

  • a figura humana;
  • a sua vivência comunitária;
  • o seu trabalho profissional;
  • o cinegrafista e fotógrafo amador.

No intuito de acumular dados os mais precisos possíveis sobre Clemente Freitas, procurei levantar os seguintes referenciais:

  • entrevistas com amigos e companheiros;
  • publicações:
  • livros;
  • revistas;
  • atas do Clube de Cinema de Sergipe;
  • fotografias;
  • filmes nas bitolas 8 mm e 16 mm.

Tive conhecimento sobre Clemente Freitas em 1972, durante a realização do 1° Festival de Arte de São Cristóvão, em Sergipe. Na oportunidade foi realizado paralelamente o 1° Festival Nacional de Cinema Amador, que coordenei. Para participar da comissão julgadora do Festival convidei o curador da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Sr. Cosme Alves Neto, hoje já falecido, que teve contato com Clemente Freitas em Estância/SE, tendo, inclusive, levado um de seus filmes para compor o acervo da Cinemateca.

A partir desse fato, passei a me interessar pelo trabalho realizado pelo cinegrafista e fotógrafo Clemente Freitas, já que foi uma descoberta bastante interessante, pois passei a ter conhecimento sobre alguém que desenvolvia um trabalho na área cinematográfica no interior do estado de Sergipe.

Após o falecimento de Clemente Freitas, que ocorreu em 1974, o seu inestimável acervo ficou com os amigos Carlos Oliva Sobral e Evaldo Costa. Como Evaldo Costa conhecia por demais o trabalho realizado com esmero pelo Clube de Cinema de Sergipe, que mantinha diversas atividades, compreendendo mostras, seminários e cursos na capital sergipana, resolveu doar o acervo de filmes na bitola de 16 mm de Clemente Freitas para o Clube, a fim de preservá-los.

Diante da inestimável e importante doação para a preservação da memória cultural de Sergipe, na área cinematográfica, iniciei com o companheiro cineclubista João Ulisses de Melo Filho a catalogação dos filmes e o registro dos assuntos contidos. Entretanto, tivemos que interromper o trabalho pelo fato de que alguns filmes, por estarem retorcidos, quebravam constantemente ao passar no projetor de 16 mm. Devido ao problema, a diretoria do Clube de Cinema de Sergipe decidiu por unanimidade enviar os filmes para depósito na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, pela necessidade de preservação dos filmes de Clemente Freitas e Walmir Almeida (fotógrafo profissional que na década de 60, durante o governo de Luiz Garcia, realizou e produziu cinejornais como o Cine Produções Atalaia, composto de reportagens exclusivas sobre o estado de Sergipe, sendo inclusive correspondente da Atlântida de Luiz Severiano Ribeiro).

Esta decisão foi tomada na reunião da diretoria do Clube de Cinema de Sergipe, realizada no dia 21 de setembro de 1988, às 19h, na doceria Doces Docê, na cidade de Aracaju/ SE, após ampla exposição que fiz, como Presidente do Clube, explicando que os filmes dos sergipanos Clemente Freitas e Walmir Almeida estavam se deteriorando e que o Sr. João Luiz Vieira, diretor, e o Sr. Cosme Alves Neto, curador da Cinemateca do MAM/RIO, colocaram-se à disposição para recebê-los, com a finalidade de tratamento, conservação e preservação. Participaram da reunião do Clube de Cinema de Sergipe os seguintes membros: Djaldino Mota Moreno, Presidente; Austregésilo Júnior Aragão de Melo, Secretário-geral; Cristiano Vieira da Costa, 1° Secretário, e o Sr. Justino Alves Lima, Tesoureiro.

A Cinemateca do MAM/Rio comprometeu-se a somente liberar os filmes enviados para pesquisa com ordem por escrito do Clube de Cinema de Sergipe. O tesoureiro do Clube de Cinema de Sergipe acatou a proposta do envio dos filmes para preservação na Cinemateca do MAM/Rio, contanto que a situação dos filmes de Clemente Freitas e Walmir Almeida tivesse uma ampla divulgação na imprensa sergipana.

A medida tomada pela Diretoria do Clube de Cinema de Sergipe foi sem sombra de dúvida de extrema importância para a preservação e conservação da obra fílmica de Clemente Freitas e Walmir Almeida, já que no Estado de Sergipe não existe nenhum organismo público ou privado com condições de tratamento técnico adequado para o devido arquivo de obras cinematográficas. No dia 10 de novembro de 1988, o Clube de Cinema de Sergipe, através do seu Presidente, Djaldino Mota Moreno, encaminhou para a Cinemateca do MAM/Rio 70 filmes dos realizadores sergipanos Clemente Freitas e Walmir Almeida para o devido tratamento e laudo técnico, solicitando, inclusive, um orçamento para tiragem de novas cópias em vídeo e em 16 mm.

Junto com os filmes enviados para a Cinemateca do MAM/Rio, foram também o Cinejornal Ponte Cinematográfica, que inclui reportagens de Walmir Almeida, e Cine-Jornais Herbert Richers. No dia 29 de novembro de 1988, o Diretor da Cinemateca do MAM/Rio, João Luiz Vieira, encaminhou correspondência para o Clube de Cinema de Sergipe, dizendo da imensa satisfação do material cinematográfico recebido para depósito. Ainda na carta, expressou que “são iniciativas como esta que não só contribuem efetivamente para a recuperação da memória audiovisual do país como, em grande parte, justificam o nosso próprio trabalho enquanto um centro avançado de prospecção, conservação e guarda do acervo brasileiro”.

No dia 30 de junho de 1991, o colega cineclubista Augusto César Macieira de Andrade, hoje já falecido, que morava no Rio de Janeiro, estivera na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, como representante do Clube de Cinema de Sergipe, a fim de acelerar o trabalho de identificação, catalogação e levantamento das condições técnicas do material fílmico de Clemente Freitas e Walmir Almeida, diante do fato de que a Cinemateca estava naquela oportunidade sem pessoal suficiente para levar adiante projetos especiais. Augusto César manteve contato com o técnico em preservação da Cinemateca do MAM/Rio, o Sr. Francisco Sérgio Moreira, ficando estipulado um calendário para que o mesmo iniciasse o trabalho de verificação e classificação dos filmes.

O ator e diretor teatral e cinematográfico Augusto César Macieira de Andrade realizou o levantamento dos assuntos dos filmes na bitola em 16 mm de Clemente Freitas e de Walmir Almeida, além de verificar o estado técnico de cada película. Os filmes em 8 mm de Clemente Freitas foram catalogados por mim e pelo fotógrafo Evaldo Costa, compreendendo inclusive os assuntos registrados.

Convém frisar que o cinejornalismo foi o gênero de cinema desenvolvido pelo cinegrafista Clemente Freitas. O cinejornalismo é uma maneira de noticiário que tem como meio de difusão o cinema. É, portanto, um filme de curta duração que basicamente era exibido como complemento de filmes de longa metragem em exibições comerciais. Com o crescente desenvolvimento da ‘IV, evidentemente, o cinejornal deixou de existir, pois os acontecimentos registrados eram exibidos nas salas de cinema uma semana depois. Já a TV realiza um noticiário diário, com transmissão ao vivo, sendo assim algo muito mais dinâmico e atualizado nas informações divulgadas.

Clemente Freitas foi, portanto, um cinegrafista que, operando uma câmera, realizou diversas reportagens cinematográficas. Isto fica bastante evidenciado em seus filmes diante de sua constante preocupação em registrar fatos que ocorreram na cidade de Estância/SE, quando documenta desfiles estudantis, procissões, partidas de futebol, festas cívicas, aspectos paisagísticos, além de documentar as enchentes dos rios Piauitinga e Piauí, e as festas de São João, que são bastante concorridas pelas batalhas de espadas e busca-pés.

Com a publicação desta pesquisa, espero estar contribuindo para resgatar a memória da história da arte cinematográfica em Sergipe e no Brasil, para que as futuras gerações e especialmente os interessados na arte da imagem em movimento possam conhecer o árduo e apaixonante trabalho desenvolvido por aqueles que tinham como meta o registro da realidade através do filme documental e do cinejornalismo, este último o gênero que era realizado com dedicação e entusiasmo pelo cinegrafista amador Clemente Freitas.

Os depoimentos que estão registrados nesta pesquisa darão condições de uma avaliação sobre o trabalho desenvolvido pelo mestre Clemente Freitas, que tinha uma constante preocupação em documentar o cotidiano. Esta pesquisa procura, portanto, demonstrar o pioneirismo e a sensibilidade criativa do fotógrafo e cinegrafista Clemente Freitas, como também a sua indiscutível necessidade e paixão pela documentação visual.

Clemente Freitas, o Fotógrafo e Cinegrafista de Estância/SE

Clemente Freitas nasceu na cidade de Maruim, no estado de Sergipe, no dia 18 de janeiro de 1899, filho de Clemente Leopoldino Freitas e Josina de Oliveira Freitas. Faleceu na cidade de Estância, em 1º de janeiro de 1974, de pneumonia.

Era um fotógrafo amador, e o seu laboratório estava instalado na casa de propriedade da Fábrica Santa Cruz, que fica ao lado da Igreja do bairro Santa Cruz. Fazia diversas experiências na confecção de equipamentos, como ampliadores e tanques de revelação para filmes em cores. As experiências desenvolvidas por Clemente Freitas na revelação de filmes na bitola 8 mm, em cores e preto-e-branco, não atingiram boa qualidade. Todos os filmes eram mudos e realizados nas bitolas de 8 mm e 16 mm, em preto-e-branco e em cores.

Clemente Freitas fazia exibições de seus filmes nos seguintes locais:

  • Colégio Sagrado Coração de Jesus (Colégio das Freiras);
  • Colégio Diocesano;
  • Escola de Comércio, tendo, inclusive, colaborado para a sua fundação.

Na década de 60, Clemente Freitas fundou o Lions Clube de Estância, ao lado dos companheiros Antonio Pádua, Raimundo Luiz, Celso Oliva Sobral, Raimundo Juliano, José Lino Oliveira e José Milane. Ele gostava de criar pássaros e tinha o hábito de gravar o canto dos passarinhos no seu potente gravador Akai. Possuía, portanto, uma grande coleção de gravações de cantos de pássaros raros. Não bebia e não frequentava bares. Era uma pessoa sistemática e bastante caprichosa em tudo o que desenvolvia. Apreciava a música clássica, possuindo bom acervo de discos.

Clemente Freitas foi chefe do escritório da Companhia Industrial de Estância de 1° de outubro de 1940 até se aposentar no ano de 1962. Foi guarda-livros, que hoje corresponde à função de contador, do Banco Mercantil nas cidades de Aracaju, Propriá e Estância. Dirigiu a Sulgipe, empresa privada de energia elétrica da cidade de Estância, no estado de Sergipe, desde a sua fundação. Fazia parte do Conselho da Sociedade de Beneficência Amparo de Maria, que administra o Hospital de Estância, fundado em 1867. Foi também um dos fundadores da Associação Comercial da cidade de Estância. Era proeiro da equipe de remadores do Cotinguiba Esporte Clube em Aracaju, capital do Estado de Sergipe. Foi também sócio do Clube de Regatas, hoje a Capitania dos Portos em Aracaju.

Um fato que merece o devido registro, e sem sombra de dúvida marcou a vida do cinegrafista e fotógrafo, foi o ocorrido em 1942, quando era chefe do escritório da Fábrica Santa Cruz no município de Estância, cargo que hoje corresponde ao de gerente. Na ocasião, ocorreu o torpedeamento de navios por submarinos alemães na costa sergipana, na Segunda Guerra Mundial, na segunda quinzena de agosto. A lancha Maria Auxiliadora, de propriedade da Fábrica Santa Cruz, com capacidade para cerca de 100 pessoas, que tinha como responsável o comandante Manoel Américo Pessoa, foi liberada para fazer o salvamento no Rio Real dos tripulantes e passageiros dos navios atingidos.

Os navios mercantes torpedeados pelo submarino alemão U-507, sob o comando do Capitão-de-Corveta Harro Schacht, na costa sergipana foram os seguintes:

Navios Passageiros Tripulantes Sobreviventes Mortos Datas
Baependi 18 18 270 15/08/1942
Araraquara 8 3 131 15/08/1942
Almirante Aníbal Benévolo - 4 150 16/08/1942
Arará - 15 20 17/08/1942
Itagiba 95 50 36 17/08/1942
Jacira 1 5 - 19/08/1942
Total 122 95 7

Fonte: A Marinha na 2ª Guerra Mundial

Convém registrar, portanto, que 607 pessoas, entre passageiros e tripulantes, morreram durante os ataques dos submarinos alemães, que torpedearam os navios que navegavam pela costa sergipana, demonstrando assim o horror que foi a 2ª Guerra Mundial.

Diante desse fato histórico, salientamos a importância que tiveram os tripulantes da lancha Maria Auxiliadora e os habitantes da cidade de Estância no salvamento de passageiros e tripulantes dos navios afundados, com a participação efetiva do contador, fotógrafo, cinegrafista e tripulante Clemente Freitas.

Clemente Freitas era um indivíduo extremamente humanitário, pois se preocupava com a situação de vida das pessoas que o cercavam. Um fato que pode demonstrar esse humanismo é o do garoto José Alves, de mais ou menos 12 anos de idade, que veio de Simão Dias para a sua casa e, não querendo estudar, foi colocado para trabalhar na Fábrica Santa Cruz, onde não se adaptou. Clemente Freitas, então, lhe deu determinada importância em dinheiro para que viajasse para o Rio de Janeiro. Hoje, José Alves é aposentado da Oficina Naval e compadre de Clemente, pelo batismo de seu filho com o seu nome, demonstrando assim gratidão pelo apoio recebido.

Clemente Freitas procurava sempre transmitir seus conhecimentos aos colegas e amigos que apreciavam as artes visuais. Colaborava constantemente com as obras assistenciais da cidade de Estância, demonstrando dessa forma o seu humanitarismo pelos mais necessitados, participando da diretoria de diversas entidades filantrópicas. Como administrador da Fábrica Santa Cruz e da Sulgipe, mostrou competência e integridade. Isso pode ser comprovado pela sua permanência durante mais de 40 anos dirigindo as empresas do senador Julio Leite, no município de Estância/SE.

No campo das artes visuais, compreendendo o cinema e a fotografia, Clemente Freitas realizou bom trabalho de documentação do cotidiano, demonstrando habilidade técnica e sensibilidade artística, contribuindo assim para o registro da memória sergipana.

Depoimentos sobre Clemente Freitas

Evaldo Costa de Jesus – Fotógrafo profissional

“Conheci Clemente Freitas aos 13 anos de idade, trabalhando com ele na Companhia Industrial de Estância (Fábrica Santa Cruz). Aos 18 anos, eu trabalhava no escritório da fábrica e ele era guarda-livros (contador). Ele tinha a dedicação de fotografar e filmar enchentes para o dono da fábrica, Dr. Jorge Prado Leite, como documento.

Clemente Freitas não gostava de fotografar pessoas ou grupos, mas se interessava em registrar festividades e paisagens da cidade de Estância. Ele começou a se interessar por fotografia através dos primeiros fotógrafos de Aracaju, Humberto Aragão, Hugo Ferreira e Lélio Fortes, que já tinham grande experiência na área e participavam de concursos e salões de fotografia e de publicações de revistas do sul do país. Era muito amigo do fotógrafo e cinegrafista Edirane Souza, da Rede Globo de Televisão. Edirane usou equipamento altamente moderno na época, uma filmadora de 16 mm de Clemente Freitas, da marca Payard Bolex, que utilizava três lentes tipo tambor, para fazer os primeiros noticiários da Rede Globo de Televisão.

Eu e Clemente revelávamos filmes na bitola 8 mm, com equipamentos adquiridos através da Ótica Santana em Aracaju e a Fotóptica em São Paulo. O processamento que nós fazíamos era através de livros que registravam as fórmulas e por manipulação química. Preparávamos as fórmulas do revelador, do interruptor e fixador, isto para os filmes em preto-e-branco. O filme colorido era processado da mesma forma, ou seja, manipulando toda a fórmula e dando ao filme sete banhos diferentes.

Clemente Freitas e eu fazíamos muito trabalho de pesquisa fotográfica e cinematográfica para o aperfeiçoamento do resultado das fotos e dos filmes. Clemente chegou a fazer experiências de viragem, em prata, ouro e sépia, conseguindo às vezes excelente qualidade, dependendo do produto químico adquirido. Ele mandava buscar material de altíssima qualidade em outros países, como Panamá, Alemanha, Estados Unidos e Canadá. Os filmes em 16 mm e Super 8 mm eram revelados na Cinótica, em São Paulo. Nos filmes de Clemente Freitas eram registrados os assuntos, através de letreiros, que eram feitos com uma placa com trilho, com números e algarismos móveis.

Como amigo, não existia igual, e como profissional era rigorosíssimo, não aceitando nenhuma falha no trabalho, embora fosse compreensivo. Ele tinha um conhecimento geral fora de série, pois lia muito, estando sempre atualizado. O rádio que ele adquiriu na década de quarenta, de marca Transglobo, fabricado pela Philco, sintonizava todo o globo terrestre e o deixava informado de tudo o que acontecia. Em geral ele adquiria os equipamentos que existiam de melhor no mercado nacional e internacional: rádio, máquinas fotográficas, filmadoras e produtos químicos.

Clemente Freitas tinha um hobby: gostava de fotografar letreiros das casas comerciais que continham erros, e também apreciava registrar detalhes da natureza, como flores, insetos, gotas de água, reflexos e objetos em contraluz.

Para mim Clemente foi excelente orientador e crítico construtivo em fotografia e cinema, pois aprendi muito com seus ensinamentos. Tínhamos uma constante troca de informações técnicas.

Ele adorava passarinhos e peixes, chegando ao ponto de fazer gaiolas de alta qualidade. Era um fotógrafo amador com muita experiência técnica e não se interessava pela parte comercial. Ele gostava de fotografar eventos que aconteciam na cidade de Estância e oferecia as fotos aos amigos que nelas apareciam.

Era uma pessoa muito bem quista na cidade de Estância, pelo fato de ser o chefe do escritório da Fábrica Santa Cruz, que tinha mais de mil empregos diretos, e era membro do Rotary e Lions Clube. Ele tinha um círculo de amizade muito grande, pois era muito respeitado pela população da cidade de Estância, sendo sempre convidado para participar de vários eventos.

Clemente Freitas foi um dos pioneiros do esporte náutico motorizado em Estância. Ele, o Dr. Jorge Prado Leite e João Batista Nascimento (Juju) eram proprietários das lanchas Jangadeiro, Lambari e Três Irmãos, respectivamente. Ele também foi o maior incentivador para que eu consertasse má­quinas fotográficas de terceiros, pois me entregava suas máquinas para conserto e isentava-me caso eu não conseguisse consertá-las. Isto para mim era uma demonstração de muita confiança que ele depositava em meu trabalho.

Diariamente às 17h, Clemente saía com o médico Paulo Amaral para ir à propriedade Fazenda Paraíso do velho Costinha (Antonio Costa Carvalho) do cartório, meu tio, para bater um papo, atualizando-se sobre assuntos mundiais. Eu gostava de participar muito dessa reunião, que durava aproximadamente uma hora, com a finalidade de aprimorar os meus conhecimentos.”

João Freire Amado – Fotógrafo amador

“Tive oportunidade de conhecer Clemente Freitas através do meu pai, João de Faria Amado, que realizava serviços de mecânica de precisão, como por exemplo, duplicador de slides e coladeira de filmes 8 mm, 16 mm e 35 mm. Esses equipamentos eram utilizados por Clemente no seu trabalho de duplicar slides e montar filmes. Em 1967, tive uma aproximação de fato com ele para obter orientações de como fazer uma câmara escura.

Devido a esse relacionamento com meu pai, a amizade com Clemente Freitas tornou mais fácil obter conhecimentos sobre fotografia com profundidade, pelo grande manancial de informações que ele possuía. Clemente era uma pessoa superexigente, sempre adquiria os equipamentos mais modernos de fotografia e cinema da época. Recebia revistas distribuídas pela Fotóptica para sempre se manter atualizado sobre a arte fotográfica. Era um incentivador e consultor sobre fotografia e cinema na cidade de Estância, e diversos fotógrafos e cineastas amadores recorriam a ele para obter informações sobre como fotografar, filmar e revelar filmes.

Ele passava todas as suas experiências em cinema e fotografia para quem o procurava. Não guardava segredo sobre o assunto. Um dado técnico bastante interessante que ele sempre dizia: “deve-se procurar enquadrar o assunto fotográfico respeitando a diagonal do quadro, mantendo assim o seu equilíbrio”. Nos casos de fotografias em cores, ensinava, “deve-se procurar sempre compor as imagens considerando o amarelo e o vermelho em 1° plano e o verde e azul no 2° plano”.

Ele ressaltava que “nos meses de abril e setembro se obtém fotografia em cores de boa qualidade, devido à luminosidade média da época”. Para fins fotográficos, Clemente ensinou-me que se deve “enxergar” o mundo de acordo com o filme que se utiliza, preto-e-branco ou colorido. Ele também dizia que “o bom fotógrafo reconhece o momento exato de fotografar”.

Clemente Freitas era uma pessoa bastante franca nos diálogos, muito sério, e fazia crítica construtiva sobre o meu trabalho, sempre dando orientações sobre a melhor maneira de fotografar. Cito um fato que ocorreu na ocasião da comemoração dos 10 anos da Escola Técnica de Comércio de Estância, que era mantida pela Associação Comercial de Estância. Numa das noites em que houve a sessão em que “Seu” Clemente apresentava seus filmes, ele escutou um gracejo de um estudante e, não tolerando o ocorrido, mandou acender as luzes do salão e cancelou a projeção, considerando que as pessoas presentes não estavam em condições de apreciar o seu trabalho.”

Lineu Lins – Fotógrafo profissional

“Clemente Freitas era um apaixonado pela imagem, seja cinema ou fotografia. Ele demonstrava simpatia por todas as pessoas que comungavam o mesmo gosto. Abria as portas de sua casa com muita facilidade e tinha orgulho de mostrar os seus equipamentos cuidadosamente preservados, sendo, portanto, uma pessoa extremamente cuidadosa e organizada. Era um excelente companheiro e gostava de um bom papo com os amigos.

No Mangue Seco, em Estância/SE, onde tinha uma casa, convidava amigos e apaixonados por fotografia, sendo responsável pela divulgação do material que retratava as “Dunas do Mangue Seco”, dos fotógrafos Celso Oliva, Hugo Ferreira e Lélio Fortes. As fotos desses consagrados fotógrafos sergipanos participaram de diversos salões de fotografias em vários países do mundo. Clemente gostava muito de ler, principalmente sobre fotografia, e tinha uma filosofia de vida que levava à tranquilidade e ao otimismo. Suas fotografias documentavam o cotidiano da cidade de Estância e seus habitantes, demonstrando uma preocupação de contar uma história.

Clemente Freitas era um indivíduo bastante ousado, pois mantinha correspondência com a Fotóptica, em São Paulo, onde comprava os equipamentos recém-lançados.”

Walmir Lopes de Almeida – Cinegrafista e fotógrafo profissional

“O primeiro contato que tive com Clemente Freitas foi quando ele me trouxe filmes na bitola 8 mm para enviar para revelar no laboratório da KODAK, no Rio de Janeiro, através da minha firma Cine-Foto Walmir, situada na Praça Olímpio Campos, em Aracaju. Quando os filmes revelados chegaram, ele convidou-me para assisti-los em sua residência na cidade de Estância. Fui, então. Nesse dia ficamos conversando até tarde da noite. Ele me pedia opinião sobre os filmes. O trabalho dele era bom, pois era um apaixonado por cinema.

Clemente era um gentleman atencioso, educado e bastante comunicativo. Filmava as coisas de Estância, como as belas praias do Saco e Abaís, e de Mangue Seco na Bahia. Utilizava para fotografar e filmar material da Kodak, e muitas vezes levava os seus filmes para revelar na cidade do Rio de Janeiro, quando tinha oportunidade de viajar. Ele apreciava muito ler sobre assuntos de fotografia e cinema, e sempre que podíamos, e tínhamos tempo, trocávamos publicações para aprimorarmos os nossos conhecimentos.

Era uma pessoa extremamente preocupada com o trabalho que desenvolvia, muito humano em suas ações e tinha cultura geral. Nós tínhamos uma amizade muito sincera. Ele era uma pessoa de bom papo e conversávamos sobre diversos assuntos, pois ele gostava de estar sempre atualizado.

Acredito que, quando Clemente Freitas me procurou para revelar seus filmes, foi com o interesse de se aproximar e fazer amizade, assim como trocarmos informações sobre fotografia e cinema.”

Conteúdo dos Filmes de Clemente Freitas

FILMES NA BITOLA 8 mm

  • 1. S/TÍTULO N° 1
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 8 mm
    • Tempo de projeção: 9 min
    • 18 Q/seg.
    • Mudo
    • Colorido
    • Estância/SE
    • Ano: 1958
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Parada de Sete de Setembro na cidade de Estância/SE em 1958, compreendendo desfile militar e estudantil.
  • 2. S/TÍTULO N° 2
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 8 mm
    • Tempo de projeção: 10 min. 15 Seg.
    • 18 Q/seg.
    • Mudo
    • Colorido
    • Estância/SE
    • Ano: 1961/62
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo:  Campo de futebol do bairro Santa Cruz, onde acontece festividade em homenagem ao time do Santa Cruz / Familiares de Pedro Barreto Siqueira no banho de mar em frente à casa do Dr. Jorge Prado Leite na praia do Crasto / Apresentação de pesca de um mero na praia do Crasto em Estância / Desfile bíblico promovido pelo Colégio das Freiras (Sagrado Coração de Jesus) da cidade de Estância.
  • 3. S/TÍTULO N° 3
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 8 mm
    • Tempo de projeção: 12 min. 50 seg.
    • 18 Q/seg.
    • Mudo
    • Colorido
    • Estância/SE
    • Ano: 1962
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Grupo Escolar Senador Júlio Leite / Desfile de Sete de Setembro de 1962 / O garoto Oscarzinho e a garota Mônica / Nova Estância / Procissão de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da cidade de Estância.

Obs.: Na 3ª parte do filme, o colorido está descorado.

  • 4. S/TÍTULO N° 4
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 8 mm
    • Tempo de projeção: 10 min. 15 seg.
    • 18 Q/seg.
    • Mudo
    • Colorido
    • Estância/SE
    • Ano: 1963/64
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Festa de São João: escolinha e quadrilha (1963) / A “Caravana da Cultura” em Estância,  em 25/04/1964.

Obs.: a lª parte do filme está com o colorido descorado. Na 2ª parte, a “Caravana da Cultura”, o início do filme apresenta as seguintes personalidades: José Carlos Teixeira, Maria Eugênia Fontes Souza Teixeira, Paulo Amaral, Pascoal Carlos Magno.

  • 5. S/TÍTULO N° 5
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 8 mm
    • Tempo de projeção: 12 min. 50 seg.
    • 18 Q/seg.
    • Mudo
    • Colorido
    • Estância/SE
    • Ano: 1964
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Peixes de aquário / As enchentes dos rios Piauí e Piauitinga em 05/07/1964.

Obs.: Na 2ª parte do filme o colorido está descorado.

  • 6. S/TÍTULO Nº 6
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 8 mm
    • Tempo de projeção: 10 min. 15 seg.
    • 18 Q/seg.
    • Mudo
    • Preto-e-branco
    • Estância/SE
    • Ano: 1969
    • Companhia produtora: Cineminha-Jornal
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Jogo de futebol no campo Santa Cruz / Desfile de Sete de Setembro de 1969 / Desfile infantil no Cruzeiro Esporte Clube.

Obs.: Nas 1ª e 3ª partes, os filmes são em Preto-e-branco e as imagens estão escuras.
FILMES NA BITOLA 16 mm

  • 1. S/TÍTULO
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 16 mm
    • Tempo de projeção: 7 min.
    • 24 Q/seg.
    • Mudo
    • Preto-e-branco
    • Estância/SE
    • Ano: S/identificação
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Cenas de uma igreja, um ofício religioso / Cenas de hospital / Desfile de Sete de Setembro em Estância.
    • Depositado na Cinemateca do MAM/Rio – MFN: 010187 – Top: 12. F/463
  •  2. S/TÍTULO
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 16 mm
    • Tempo de projeção: 8 min.
    • 24 Q/seg.
    • Mudo
    • Preto-e-branco e colorido
    • Estância/SE
    • Ano: S/identificação
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: 1. Pescaria de arrastão / Grupo Escolar Senador Júlio Leite / Vistas da cidade de Estância, compreendendo: praça, igrejas, jardim, ruas, escolas, etc.
    • Depositado na Cinemateca do MAM/Rio – MFN: 010218 – Top: 12. F/496
  • 3. S/TÍTULO
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 16 mm
    • Tempo de projeção: 7 min.
    • 24 Q/seg.
    • Mudo
    • Preto-e-branco
    • Estância/SE
    • Ano: S/identificação
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Cenas noturnas da cidade de Estância, com prédios iluminados com gambiarras / Cenas diurnas de festa de interior, com barraquinhas, coreto, banda de música, parque de diversões e procissão / Vistas da cidade de Estância: ruas, igrejas, indústrias, desfile de grupo folclórico e partidas de futebol / Ponte da Cachoeira, em Estância.
    • Depositado na Cinemateca do MAM/Rio – MFN: 010220 – Top: 12. F/498
  •  4. S/TÍTULO
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 16 mm
    • Tempo de projeção: 6 min.
    • 24 Q/seg.
    • Mudo
    • Preto-e-branco
    • Estância/SE
    • Ano: S/identificação
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Placa de “Bem vindo a Estância” / Vistas da cidade de Estância, compreendendo: igrejas e prédios principais.
    • Depositado na Cinemateca do MAM/Rio – MFN: 010231 – Top: 12. D/509
  • 5. S/TÍTULO
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 16 mm
    • Tempo de projeção: 5 min.
    • 24 Q/seg.
    • Mudo
    • Estância/SE
    • Ano: S/identificação
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Cenas de solenidades, coquetel, missa, etc.
    • Depositado na Cinemateca do MAM/Rio – MFN: 010234 – Top: 12. D/512
  •  6. S/TÍTULO
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 16 mm
    • Tempo de projeção: 9 min.
    • 24 Q/seg.
    • Mudo
    • Preto-e-branco
    • Estância/SE
    • Ano: S/identificação
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: Cenas de um desfile escolar, um dos cartazes diz: “Salve a Primavera”.
    • Depositado na Cinemateca do MAM/Rio – MFN: 010245 – Top: 15. F/523
  •  7. S/TÍTULO
    • Não-ficção
    • Curta-metragem
    • Bitola: 16 mm
    • Tempo de projeção: 8 min.
    • 24 Q/seg.
    • Mudo
    • Preto-e-branco
    • Estância/SE
    • Ano: S/identificação
    • Cinegrafista: Clemente Freitas
    • Conteúdo: O filme abre com desfile encabeçado por um casal vestido como D. Pedro I e D. Leopoldina, que se concentram em frente ao palanque, onde discursam.
    • Depositado na Cinemateca do MAM/Rio – MFN: 010247 – Top: 15. F/525

Bibliografia Consultada

DIAS, José Umberto. Nordeste, Cinema e Gente, Filme Cultura. Rio de Janeiro, Embrafilme, 13 (35-36): 21-5, julho/ago/set. 1980.

GAMA, Arthur Oscar Saldanha da e MARTINS, Hélio Leôncio. A Marinha na 2ª Guerra Mundial. Editora Capenú, 1982.

LIMA, Justino Alves. O Cinema em Sergipe, s.n.t.

MORENO, Djaldino Mota. Cinema Sergipano, Catálogo de filmes. Aracaju, 1998.

Material Pesquisado

Arquivo fotográfico do Dr. Jorge Prado Leite, Diretor Superintendente da Companhia Industrial de Estância.

Arquivo fotográfico de Clemente Freitas, que está guardado pelo Sr. Carlos Oliva Sobral.

Filmes na bitola 8 mm, que foram doados ao Clube de Cinema de Sergi­pe pelo fotógrafo Evaldo Costa de Jesus.

Filmes na bitola 16 mm, que se encontram na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, que foram depositados pelo Clube de Cinema de Sergipe, após doação do fotógrafo Evaldo Costa de Jesus.

Ata da reunião do Clube de Cinema de Sergipe do dia 21 de setembro de 1988.

Correspondência expedida pelo Clube de Cinema de Sergipe, no dia 10 de novembro de 1988, para a Cinemateca do MAM/Rio.

Correspondência expedida pela Cinemateca do MAM/Rio, no dia 29 de novembro de 1988, para o Clube de Cinema de Sergipe.

Carta n° 002/98, Rio de Janeiro/RJ, expedida pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha, no dia 12 de janeiro de 1998, para o Dr. IVAN SANTOS LEITE, Secretário de Estado da Indústria, do Comércio e Turismo/SE.


Djaldino Mota Moreno é Coordenador do Núcleo de Sergipe do CPCB

9 Comentários

  1. Clóvis Franco disse:

    Clemente Freitas, o pioneiro da Arte Cinematográfica em Sergipe é um documento valiosíssimo! Gostaria de saber com adquiri-lo.
    Djaldino está de parabéns pelo resgate da história de vida de um homem de honra.

  2. CPCB disse:

    Olá Clóvis, o que exatamente você gostaria de adquirir?

  3. RAFAELLA SILVA disse:

    GOSTEI MUITO DO SEU TRABALHO POR EXEMPLO AS OBRAS ADIQUIRIDAS E OS LIVRO DP CINEMA…………..

  4. Isaac Dourado disse:

    Parabéns pela iniciativa! Clemente Freitas ainda não recebeu as honras que merece. Seu texto é muito bom e rico em detalhes históricos. Abraço.

  5. João Freire Amado disse:

    Clemente Freitas o pioneiro da arte cinematográfica em Sergipe. Foi também um fotógrafo amador de alta qualidade. Aprendi muito com ele, principalmente a pureza e a perfeição da arte fotográfica.

  6. Dida Araújo disse:

    Olá Djaldino! Parabéns.
    Sou Dida Araújo, editor do programa Terra Serigy da TV Sergipe e estudante do curso de Cinema e Audiovisual da UFS. Sou o pai de Alana, aquela garota sapeca que estava na excursão do Sesc à Gramado e Curitiba, lembra?. Gostaria muito de fazer uma série de reportagens para o Terra Serigy resgatando a memória audiovisual em Sergipe. Seria uma honra poder contar com a sua colaboração. Grande abraço.

  7. sayonara viana disse:

    Parabéns pela pesquisa.

  8. eduardo almeida disse:

    Bom ver comentários sobre meu saudoso Pai, Walmir Almeida.

  9. Rosângela Rocha disse:

    Gostaria de obter maiores informações sobre a pesquisa e o material salvaguardado.

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