Berlinale Classics anuncia primeiros filmes

Carlos Augusto Brandão  para o CPCB

A 65ª edição do Festival de Berlim (05 a 15.02.15) divulgou os primeiros filmes de sua tradicional retrospectiva Berlinale Classics, na qual filmes recém-restaurados são trazidos de volta aos espectadores.

Estão confirmados três títulos alemães que serão apresentados em novas versões digitais.

– Varieté (1925), de E.A. Dupont. O filme, um clássico do cinema mudo alemão, é um drama criminal  locado num circo.  O elenco é liderado pelo ícone Emil Jannings, que se tornou o primeiro ator a ganhar um Oscar, como protagonista de A Tortura da Carne (1927).
A restauração digital de Varieté foi realizada em 2014 / 15 pela Fundação Murnau, em colaboração com o Arquivo Fílmico da Áustria.  O material prospectado consistia de uma cópia em nitrato da Biblioteca do Congresso em Washington e outra cópia, também em nitrato, do Arquivo Fílmico da Áustria. A versão restaurada apresentará, de forma quase completa,  o primeiro corte do filme.
Martyn Jacques, diretor artístico da Banda The Tiger Lillies – que compôs uma nova trilha sonora para o filme e acompanhará a première  com sua Banda – manifestou sua satisfação com o trabalho.
“A música que fizemos vem  do coração. É a nossa música de circo para um filme maravilhoso”, ressaltou.
A première mundial da versão restaurada será projetada numa cópia 2K DCP e realizada em cooperação com a  Companhia Produtora e Distribuidora NFP.

Born in 45, de Jürgen Böttcher (1966), traz um novo olhar sobre os jovens vivendo em Berlim na década de 1960.
Inspirado no neorrealismo italiano, o filme é a única ficção realizada por Böttcher, cuja carreira foi sempre focada no cinema documental. A parte mais difícil da restauração foi a do som, que  precisou ser completamente reconstruído.
Roland Graf, diretor de fotografia,  deu uma significativa contribuição para a restauração digital, que começou em 2014 e tem previsão de término em janeiro de  2015. O filme será projetado numa cópia 4K – DCP

The Cat Has Nine Lives, de Ula Stöckl (1968) conquistou a atenção da comunidade cinematográfica internacional e participou de vários festivais.  O filme, que  gira em torno de cinco mulheres, tem por foco mostrar como a emancipação feminina pode acontecer numa sociedade dominada por homens. É considerado um marco no cinema feminista da Alemanha.  Originalmente filmado em Tecnicolor o filme foi restaurado digitalmente de um negativo que estava na Cinemateca Alemã.  Será projetado em cópia 2K – DCP.

Além da projeção dos filmes, constará do programa  um evento especial intitulado “Berlinale Classics: Digitising Film Heritage in the Future”.
Mediado por Rainer Rother, diretor artístico da Cinemateca Alemã e curador da Retrospectiva, será um painel de discussão com os especialistas em restauração Claudia Dillmann, Ralf Schenk e Ernst Szebedits.

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