Memória de Carlos Brandão

Carlos Augusto Dauzacker Brandão, Diretor do CPCB, faleceu no último dia 4 de maio.  Pesquisador, jornalista e crítico de cinema, era Diretor da FIPRESCI (Federação Internacional da Crítica Cinematográfica) para  História do Cinema e  Contatos com Cinematecas.

No CPCB, coordenou a restauração dos filmes Aviso aos Navegantes, Tudo Azul, Menino de Engenho, O País de São Saruê, O Homem que Virou Suco, Rico Ri à Toa e A Hora da Estrela.

Programador do Festival do Rio e membro da Academia Brasileira de Cinema, propôs a criação do “Prêmio Preservação”, aprovado na gestão de Roberto Farias.

Era Conselheiro da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), tendo sido Presidente em dois mandatos. Desde 2001 era delegado representante da ACCRJ nas assembleias da FIPRESCI.  Seu último texto foi sobre o filme  “Música e Lágrimas”, de Anthony Mann, para a Mostra O Jazz Vai a Hollywood (Cinemateca do MAM).

Carlos Brandão foi um lutador incansável pela preservação da memória fílmica brasileira. Em suas palestras em festivais nacionais e internacionais sobre cinema, independentemente do tema focado, ele fazia questão de reafirmar a mensagem abaixo:

 

MENSAGEM DE PRESERVAÇÃO

“O  cinema é uma arte estratégica e faz parte da identidade de um povo. Ele é  como um espelho onde cada pessoa pode se ver nas telas e se identificar com sua história e sua cultura. Desta forma, é também uma questão de política estratégica e soberania.

O cinema é também o principal guardião da história cultural e política de qualquer nação. Por isso o pior tipo de colonialismo que existe é o cultural, que leva à consequência inevitável da perda de  identidade.

Quando uma cultura perde parte de sua própria memória – e com ela também perde valores, traços e padrões culturais –,  outros ícones e sobretudo valores de culturas mais poderosas e dominantes ocupam os espaços deixados vazios pelo esquecimento das pessoas.

Assim, para que o público brasileiro readquira o hábito e o desejo de assistir ao nosso cinema, é  fundamental  que  ele  conheça  também  os nossos filmes  do passado,  que retratam  e  preservam a  memória de  nossa cultura e da nossa história. O que torna imprescindível a preservação de  nossos filmes para as futuras gerações e para a memória cultural do Brasil”.

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