po Myrna Silveira Brandão
Desde 2013, o Festival de Cinema de Nova York – criado em 1962 e que acontece no Lincoln Center – apresenta uma Mostra intitulada “Revivals”, com filmes recém-restaurados que são relançados durante o evento.
A mostra se caracteriza por trazer de volta aos espectadores filmes recuperados, na forma de um retorno, um voltar à vida de forma nova e diferente.
Nesta edição 2019 (27 de setembro a 13 de outubro), a “Revivals” inclui um grupo diversificado de oito obras importantes de mestres como Luis Buñuel, William Wyler e Béla Tarr.
A mostra inclui ainda Três curtas-metragens, do cineasta armênio-georgiano Sergei Parajanov.
As obras foram restauradas digitalmente com o apoio de fundações que tem ajudado a salvar, proteger e preservar filmes, trabalhando em parceria com arquivos e estúdios de várias partes do mundo.
O Festival de Nova York, que está em sua 57ª edição, se caracteriza por trazer aos espectadores o que de melhor aconteceu no ano na área cinematográfica.
Leia a programação completa da Revivals / 2019
L’Age d’or, de Luis Buñuel (1930) – França – 63 minutos que será mostrado em cópia legendada em inglês.
Com imagens ousadas, o filme é um retrato das hipocrisias da vida burguesa moderna, trazido de volta em uma extraordinária e nova restauração.
Dodsworth, de William Wyler (1936) – EUA, 101 minutos
Adaptação do romance de Sinclair Lewis, de 1929, o filme, estrelado por Walter Huston e Ruth Chatterton, segue um casal americano, cujo casamento está em crise, durante uma viagem à Europa.
The Incredible Shrinking Man, de Jack Arnold (1957 – EUA – 81 minutos
Uma perigosa combinação de radiação e inseticida faz com que o infeliz Scott Cary (Grant Williams) comece a se encolher lentamente até que tenha apenas alguns centímetros de altura. Um dos filmes do boom de ficção científica dos anos cinquenta.
Jazz on a Summer’s Day, de Bert Stern (1959) – EUA – 85 minutos.
O brilhante e colorido documentário do fotógrafo Stern, nascido no Brooklyn – reporta o Newport Jazz Festival de 1958 em Rhode Island. O filme é uma representação íntima e deslumbrante de um evento de música ao vivo e um dos títulos de concerto mais extraordinários já realizados. Foi o filme vencedor do National Film Preservation Board, EUA na edição 1999.
Le Franc+ The Little Girl Who Sold the Sun, de Djibril Diop Mambéty (1994/1999)Senegal – 91 minutos, legendado em ingles.
O diretor senegalês Mambéty fez dois maravilhosos filmes de média duração nos anos 1990, baseados nas realidades políticas de Dakar.
Los Olvidados, de Luis Buñuel (1950) – México – 80 minutos – legendado em inglês.
O filme continua sendo uma das obras mais influentes do cinema mundial em sua representação surreal ás vezes, de jovens empobrecidos na cidade do México.
Le Professeur, de Valerio Zurlini (1972) – Itália / França – 132 minutos – legendado em inglês.
Estrelado por Alain Delon, o filme segue um professor de literatura e poesia que vai a Rimini para uma missão de quatro meses com sua esposa (Lea Massari). O estudo do penetrante personagem de Zurlini foi restaurado em toda sua extensão, tendo sido adicionados 45 minutos dos cortes feitos no lançamento.
Sátántangó, de Béla Tarr (1994) – Hungria / Alemanha / Suiça – 439 minutos – legendado em inglês.
Entre os cineastas mais respeitados do cinema mundial, Tarr nos traz esta surpreendente adaptação, de sete horas e meia, do romance de László Krasznahorkai, sobre a chegada de um falso profeta em uma pequena comunidade agrícola durante os últimos dias do regime comunista.
Exibido na edição 1994 do NYFF, fez parte também da programação do Festival de Berlim, onde ganhou o Prêmio Caligari naquele ano.
Três curtas-metragens, de Sergei Parajanov (1966-1986) – União Soviética – 80 minutos – legendado em inglês.
O programa reúne três notáveis curtas-metragens do cineasta e artista radical armênio-georgiano. Os filmes expressam meditações sobre a natureza da arte e dos artistas que exibem seu estilo singular, poético e colorido.
