Clássicos restaurados de Kurosawa, Visconti e Lubitsch no NYFF

por Carlos Augusto Brandão

Desde 2013,  o Festival de Cinema de Nova York apresenta uma Mostra intitulada “Revivals”, com filmes recém-restaurados que são relançados durante o evento.

A mostra se caracteriza por trazer de volta aos espectadores filmes recuperados, na forma de um retorno, um voltar à vida de forma nova e diferente.

Nesta edição (25.09 a 11.10), a “Revivals” inclui um grupo  diversificado de 11 obras-primas internacionais de mestres como Akira Kurosawa, Luchino Visconti, John Ford, Hou Hsiao-hsien e Ernst Lubitsch.

Algumas foram restauradas com o apoio da Film Foundation. Criada em 1990 por Martin Scorsese, a entidade tem ajudado a salvar, proteger e preservar cerca de 700 filmes trabalhando em parceria com arquivos e estúdios de várias partes do mundo.

A Revival deste ano inclui sete filmes restaurados com auxílio da Fundação: The Boys from Fengkuei, de Hou Hsiao-hsien  (1983);  O Diabo disse: Não!, de Ernst Lubitsch  (1943);  Insiang, de Lino Brocka (1976);  A Longa Viagem de Volta, de John Ford (1940);  Rocco e seus Irmãos, de Luchino Visconti (1960);  The Memory of Justice, de Marcel Ophüls (1976);  e Black Girl, de Ousmane Sembene (1966).

Os outros filmes constantes da Mostra são: “Ran”, de Akira Kurosawa, que abriu o NYFF em 1985; “Um Tiro na Noite”, de Brian de Palma (1981); e “A Tocha de  Zen”, de King Hu (1971), filme de aventura com 200 minutos de duração.

Também faz parte desta edição da Revivals, “Visita, ou Memórias e Confissões”, realizado em 1982 por Manoel de Oliveira, mas que conforme instruções do diretor português, o filme somente poderia ser exibido após sua morte.  Como é sabido, o cineasta morreu aos 106 anos em abril último.

Oliveira fez o filme com 73 anos, certamente supondo que estava perto do fim de sua vida.  Mas felizmente viveu outros 33 anos, período em que realizou  em torno de 25 filmes, alguns dos quais entre seus melhores, numa espécie de  entardecer prolongado que foi também uma fase  artística como nenhuma outra.

Numa forma de adeus, ele se dirige diretamente à audiência e, em tom paroquial, expõe uma grande quantidade de tópicos (família, história, cinema, arquitetura), divide filmes caseiros, e revive a passagem de vários períodos de sua vida.

O Festival de Nova York, que está em sua 53ª edição, se caracteriza por trazer aos espectadores o que de melhor aconteceu no ano na área cinematográfica.

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